domingo, 31 de julho de 2011

Ah! o amor

"Dê-me, por favor, uma dose"
"O que tenho a te oferecer não se fornece em doses."
"E como será? Se o que tenho ouvido dizer é que se dá um pouco a cada dia."
"Não tenho palavras para explanar melhor. Mas advirto que não se tratam de doses."
"Que sejam doses ou não. Dê-me um bocado. Quero experimentar."
"É perigoso."
"Não estou interessado, quero e ponto."
"Há aqueles que depois de saber do que se tratava, viveram na eterna solidão. Há também, aqueles que tornaram-se imensamente felizes. Há também, aqueles que viveram tão intensamente após saber do que se tratava, que quando perderam, permanecem vagando por aí, em busca do que se foi."
"Mas não quero viver em busca do que se foi. Muito menos viver na eterna solidão. Qual a saída?"
"Depois de conhecê-lo, se por acaso algum dia perdê-lo de vista, não o procure mais. Feche os olhos e acredite, ele vem novamente. Não importa o tempo que passe. Mas antes dele, a angústia e a solidão poderão tomar-lhe e o tornar amargo."
"Mas isso parece inevitável."
"Sim."
"..."
"Desde que se lembre: Matenha-se otimista, ele sempre aparecerá."
"Agora tenho receio."
"Mudou de idéia? Não quer mais?"
"Me dê uma dose. Perdão, apenas me dê."